quarta-feira, 17 de setembro de 2008

sol

Descobri que nos
dias de sol
os acordes
são como
os vôos
das
borboletas...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Páginas

Descobri páginas arrancadas em uma das peças que me compõem... como quebra-cabeças orgânico imperfeito... não me recordo que páginas são essas... perder páginas assim complicam ainda mais as confusas primaveras...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Poetar



Acho que vou me desistir de poetar...
disseram-me que poetar é ato fingido...
que todos os poetas são fingidores...
não me sei fingir...
e agora...
o que será dos meus poemas sem rimas?

domingo, 14 de setembro de 2008

Ventania

Nas entre palavras
deixo mais de mim
que poeira
depois de ventania...

sábado, 13 de setembro de 2008

Ouça



Queria que ouvisse superficialmente o que gostaria de lhe falar...

da falta de sentido nascerá um sentindo...
como se de mim exalasse vida... alta e leve...
prefiro ficar calada porque não sei ao certo qual é meu segredo...
tanto te pedi pra me ensinar o secreto de cada um de nós... somente segredo... quando eu morrer então nunca terei nascido e vivido...
a morte apaga minhas pegadas na areia da praia...
o que há entre o nunca e o sempre que os liga tão indiretamente e intimamente?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Hoje



Hoje acordei com uma estranha sensação...

já havia sentido-a antes... mas hoje...

sempre tive um insano desejo...

de como os pássaros ser... ou como o vento...

sem muitas conversas ou teorias...

livre como os pássaros e inesperada como o vento que passa e apenas o que resta é seu frescor...
vento que passa as vezes sem rumo...

apenas de passagem...

como sempre...

mas livre...

sem obedecer ordens...

apenas de passagem...

sábado, 6 de setembro de 2008

Para tardes de chuva





Pingo gelado no asfalto... nos telhados... nas pessoas... cheiro de terra molhada confundindo-se com os odores de uma cidade nem tão pouco preocupada... é uma das horas abertas... pessoas vão e vem... e ela continua a molhar... fica uma atmosfera poco agradavél depois que ela se vai... quente e abafada... estranho... perderia horas minhas só vendo o seu sublime cair... mais é uma pena não dispor dessas horas... de um tempo que nem é mais meu... é uma pena não ter... é uma pena.. é... até uma simples chuva é motivo de comentários... se eu fosse pessoa qualquer nem repararia nos movimentos que ela faz ao cair... mais na verdade pessoa qualquer sou eu ... existem bilhões de pesssoas... e eu nem me lembro o nome de trinta de cabeça... por isso que eu prefiro ver a chuva ... ou o pôr do sol... ou os movimentos das águas no rio... passarinhos brincando em pleno vôo... ou o vento nas folhas das árvores... mas omais divertido mesmo é o observar as pessoas em seus momentos distraídos... elas nem imaginam que possa ter alguem a olha-las ...






sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lágrimas

A saudade parece que vai rasgar-me o peito...
uma dor pulsante que parece sem fim...
mas aí lembro dos sorrisos...
aqueles bem bobos que não conseguia esconder...
minhas lágrimas sempre guardadas...
saem sem eu perceber...
eu que me gabava por me metalizar e sempre sair a olhar o horizonte...
percebi que sou mais de carne e osso que imaginava...
um quebra-cabeças orgânico ambulante...
que fica sempre a olhar o céu sem motivo...
buscando sei lá o que...







(Desculpem-me minha ausência mas perdi meu irmão... engraçado que o escrito anterior a esse era a respeito dele... no dia 8 de agosto... minha alma amiga cúmplice veio a falecer dia 16 de agosto...)

Para se achar